"Em uma guerra, o amor se esvai..."
Essas foram as ultimas palavras que meu pai proferiu antes de embarcarmos para a Irlanda.
Em uma guerra, o amor se esvai...
Era o ano de 820. Nosso exército estava glorioso. Incontáveis navios deslizavam suavemente pelo mar, parecendo não sentirem a força das ondas que quebravam impiedosamente em suas madeiras fortes. Estávamos cruzando o mar para saquear, para conquistar.
Meu nome é Astrid, sou uma guerreira. A única em nossa família e ouso dizer que sou a única onde eu nasci. Fui criada para a guerra enquanto as outras meninas fiavam lã.
Meu pai sempre me contava histórias sobre essa ilha, onde os guerreiros eram selvagens que constumávamos chamá-los de Skrælings; um povo onde até a mais frágil das mulheres era considerada uma ameaça. Eu nunca deixei que essas histórias me amedrontassem, afinal, quão perigosos eram selvagens que mal tinham panos para cobrir sua nudez? Para mim, era uma viagem com um objetivo claro e definido, me parecendo bastante simples.
Mas as nornes tinham planos para meus fios...
Desembarcamos. A água desse lugar era a mais clara que vi em todo esse tempo que venho navegando. Animais cortavam a floresta logo em frente, completamente alheios a nossa presença.
- Cuidado com as armaduras! Maldição, não sabem que essa água é um veneno para o aço! - Meu pai, o Rei Eiðr, ralhava com os homens a distância. Era um homem forte, forte demais se comparado aos outros guerreiros. Tinha olhos azuis que eram cerrados devido a longa exposição ao sol do mar.
- Astrid, olhe para aquela árvore - Meu pai apontava para um grande carvalho bem a nossa frente. - Não há maior sinal de que nossa vitória está perto.
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